quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
[Re]Criar
Hoje não foi um bom dia para a tese, acordei tarde, desmoralizado, sem vontade alguma para trabalhar nela. A pressão do tempo é cada vez maior. O medo de falhar cresce. Está muita coisa em jogo.
Por outro lado sinto uma necessidade urgente em criar. Estar unicamente a ler e a escrever, tem reprimido o meu lado criativo, o que faz com que de vez em quando tenha de abstrair-me dos meus deveres e dedicar-me aos meus prazeres. Hoje foi um desses dias. Estive de volta das minhas reutilizações. Restaurei um candeeiro com um aspecto muito piroso e que acabou por ficar espectacular; uma antiga mala dos CTT em pele que, contrariamente ao que a minha mãe diz, irei usar orgulhosamente na rua, é fantástica; e renovei as flores no meu quarto, pois para mim é essencial uma ambiente de trabalho de qualidade.
Cada vez tenho mais a certeza de que o meu dom é ver beleza onde outros vêem lixo. Transformar peças às quais ninguém atribui valor e que, no fim de as arranjar, toda a gente fica impressionada com o resultado. Vivemos na época da reciclagem e eu adoro reaproveitar. Tive sorte de existir cá por casa um grande espólio para trabalhar, pena tenho de não ter documentado o antes para comparar com o depois. Este é um aspecto que decidi corrigir, a partir de agora tiro sempre fotografias do antes, com vista a uma publicação posterior. Mas quanto a isso ainda não revelarei detalhes. Em breve levantarei o véu.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Tem cartão de desconto?
Comecei a ver há pouco tempo a série de tv Glee, cuja história se centra num grupo de jovens talentos de aparência, digamos que, pouco convencional. Adoro! Acho importantíssima a mensagem que esta série transmite. Abaixo a ditadura dos meninos populares com a cara perfeita, a altura perfeita, o corpo prefeito e as roupas perfeitas! Viva a heterogeneidade! Viva acima de tudo o respeito pela diferença! Revejo-me em muitos aspectos nesta série. Também eu fiz parte de uma minoria durante o meu percurso escolar.
Como descrever a minha passagem pelo Ensino Preparatório e Secundário? Hum... Digamos que o Raul daqueles tempos era um menino que vivia sob a constante pressão de esconder quem era. Amedrontado que os outros notassem que era diferente. Passar despercebido era o objectivo, sobretudo quando se tratava de enfrentar os rufias, que actualmente lhe deram um novo nome, mais fashion, bully. Fui durante muitos anos atormentado por estes "espécimes", que na altura reinavam no recinto escolar. Exerciam o seu poder de submissão entre os demais. Que pena na altura não saber o que sei hoje.
O facto mais curioso é que, não querendo ser presunçoso, mas já sendo, hoje encontram-se na sua grande maioria por detrás de um balcão e, em vez de me chamarem paneleiro, ou maricas, terem de me perguntam muito cordialmente (ainda que forçado): vai desejar saco? Ou: tem cartão de desconto? (Não quero com esta frase menosprezar quem trabalha nestes locais, mas simplesmente dá-me graça ver esses seres, outrora os "reis da festa", a terem de me servir, ainda que de sorriso amarelo). A vida dá muitas voltas.
Sofri muito na altura com as constantes perseguições destes "senhores". Desde a escola primária em que num belo fim de tarde, se juntaram os meus colegas, cercaram-me, agarraram-me e encheram-me a t-shirt com excrementos de burro, sim porque é engraçadíssimo fazer isso a um colega indefeso. Nunca irei esquecer as caras, os risos, o cheiro que ficou entranhado na minha roupa. Este é um facto bastante curioso, funcionam sempre em grupo, como se só em conjunto conseguissem ser "os maiores", afirmando-se superiores entre os demais e abusando daqueles que, como eu, eram e são indefesos. Quando estão sós andam o mais low profile que conseguem.
Quantas e quantas vezes preferia ter ficado na cama a ir para escola e enfrentar tais humilhações? Perdi-lhes a conta. Tinha vergonha de contar o que lá se passava, tal era a vergonha. E depois não querem que apresente uma postura arrogante face a estas criaturas que sempre fizeram de tudo para se rir às minhas custas. Quem ri agora sou eu!
Ainda os meus pais acham muito estranho que não me relacione com os meus "amigos"daqui. Bah, sempre fizeram de mim o alvo da chacota e me chamaram de tudo o que havia para chamar, e eu vou dignar-me a atribuir importância a essas pessoas? Jamais!
Creio que nunca falei neste assunto a ninguém e por isso corro o risco de este post ter um conteúdo demasiado agressivo, mas senti a necessidade de tirar este "esqueleto" do armário. Aos poucos vou fazendo uma limpeza. Por vezes temos de ter estes desabafos.
É uma pena que só agora se comece a falar de bullying, quando este já existe há anos nas escolas. Quantos miúdos já foram e são vítimas deste tipo de terrorismo? Sim terrorismo. Esta é uma situação muito grave e que merece toda a atenção por parte dos educadores. Eu tive sorte de estar rodeado de pessoas que me amam e de ter uma boa estrutura familiar na qual me apoiei, ainda que não fizessem ideia do que se passava. Também não posso deixar de referir o apoio incondicional das minhas amigas, sim amigas, pelos motivos acima apresentados nunca fui capaz de fazer amizades com rapazes. Felizmente isso está a mudar. A minha postura hoje é outra, estabeleço limites que não permito que sejam ultrapassados.
Por isso deixo esta mensagem a todos os Bullys que por aí andam, não pensem que ao maltratar os outros serão alguém na vida, quanto muito irão estar sentados atrás de um balcão a perguntar: tem cartão de desconto?
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
E por falar em S. Valentim...
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Sim, é só um bilhete!
Acabo de chegar do cinema. Podem-me chamar de masoquista, mas fui ver o Valentine's Day sozinho. Sim, sozinho, e porque não? Não foi a primeira vez e certamente não terá sido a última.
Gosto de reconhecer que consigo fazer as coisas por mim mesmo. Tem sido um processo, lento, por vezes doloroso, mas gratificante. Pode até parecer cliché de quem está solteiro, mas o facto é que me sinto bem assim, apesar de adorar apaixonar-me e viver tudo o que isso implica. Quem não gosta?
Não quero com este post passar a imagem de amargurado, pelo contrário. Simplesmente sou uma pessoa que facilmente se adapta às circunstâncias, o que faz ter uma postura positiva e de bem com a vida. Tento sempre tirar partido das coisas boas de cada situação. E hoje ir ao cinema sozinho, no fim de terem cancelado os planos comigo, soube mesmo bem, até teve direito a McDonalds no fim e tudo. Esta é uma situação que causa estranheza a algumas pessoas, começou com os meus pais que ficaram com um enorme ponto de interrogação em cima da cabeça (sim mãe vou sozinho, não me vou encontrar com ninguém) e acabou na bilheteira do cinema em que tive que realçar: sim, é só um bilhete! Pelos vistos temos mesmo de fazer tudo aos pares, caso contrário olham para nós como se tivéssemos algo de esquisito. Mas enfim... O filme valeu a pena! Como o próprio nome indica, a temática em questão é o dia dos namorados. Ai o dia dos namorados... Um inferno para a maioria dos solteiros.
Eu penso, e porque não instituir-se o dia dos solteiros? Se repararmos, o único dia em que celebramos algo que somente nos diz respeito é o nosso aniversário. Os restantes são todos em conjunto (dia de S. Valentim, Casamento, etc., etc.). Existe o dia do Pai e da Mãe, mas até esses são apenas para alguns. Se formos uma pessoa solteira, sem filhos, não temos nenhum dia para Nos celebrarmos. Pois eu manifesto-me contra!
Num dos episódios do Sexo e a Cidade, a personagem Carrie revolta-se com esta situação e, cansada de ser colocada de parte de todas as celebrações em que era necessário ter par ou filhos, decidiu que iria celebrar o facto de ser solteira. Acho a ideia genial e promissora. Vou pensar seriamente no caso. A todos os que como eu não concordam com esta exclusão, manifestem-se, tomem uma atitude com vista a combater a ditadura dos pares! Sim estamos solteiros! E depois?
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
A MODA está de luto!
A reacção à morte de Alexander McQueen foi de choque.
O mundo da Moda ficou mais pobre, perdeu um dos seus maiores génios inventivos.
McQueen sempre foi uma das minhas referências. O seu estilo transgressor sempre o destacou entre os demais, quer pelas suas criações, quer pelo modo como as apresentava. Os seus desfiles eram sempre um acontecimento. Extremamente cenográficos, transportavam a assistência para um universo paralelo, o universo McQueen.
Não podia deixar de prestar homenagem, ainda que muito singela, a este grande senhor.
God bless McQueen!
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Alexander Mcqueen morreu
sábado, 6 de fevereiro de 2010
O TALENTOSO MR. FORD
O meu fascínio pelo Tom Ford já é do conhecimento de muitos, tendo-lhe dedicado o primeiro post deste blog. Para mim representa o expoente máximo de estilo, sofisticação, requinte... Muitos são os adjectivos que poderia usar para descrevê-lo. É sem dúvida o meu role model!
Tom Ford tem-nos brindado com a sua genialidade há já 20 anos. Agora volta a surpreender-nos com a sua mais recente criação, A Single Man. Este é sem dúvida um filme que não quero perder, um verdadeiro must see! Este filme seduz-me por inúmeros motivos, por ter sido realizado pelo Mr. Ford, pelo elenco, pelo styling, pela temática, etc. Provavelmente deveria escrever sobre ele só depois de o ter visto, mas pelo que tenho lido sobre, sei que não irei ficar desapontado.
De acordo com o press release, A Sinlgle Man reporta-nos a história de um homem que tenta encontrar significado para a vida após a morte do seu companheiro, centrando-se na sua solidão e angustia imperceptível pelos que o rodeiam. A história decorre nos anos 60 e tem como protagonistas Colin Firth e Julianne Moore. Trata-se da adaptação para cinema do livro com o mesmo título da autoria de Christopher Isherwood.
Agora só me resta aguardar pela estreia nos cinemas em Portugal, apesar de duvidar que seja exibido nas salas comerciais.
Termino da mesma maneira que da primeira vez...
Quando for grande..., quero ser como o Tom Ford!
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Tom Ford - A Single Man
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Call me sentimental...
Esta é uma das músicas de que mais gosto, a letra é linda. Coloca uma série de questões pertinentes e que vale a pena pensar.
Para escutar com atenção.
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pink - glitter in the air
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