quinta-feira, 21 de junho de 2007

Quem vê capas...














Analisando inconscientemente a capa do último número da nossa Vogue (podemos esta apropriação, não?) leio “Infidelidade: Monogamia significa Monotonia”… esta comparação surge quase insignificante no meio de tanta diversão feminina… até a Scarlett Johansson lá está, imaginem!
Nada de distracções. Monogamia e Monotonia. As palavras da capa…
A mudança de vida traz-nos momentos de análise, e actualmente, quase há a obrigação de a não fazer. Porém, as dimensões a que respondemos enquanto seres vivos repelem-nos para esta situação.
Juntando tão bons ingredientes, cheguei a esta conclusão: gosto da monogamia. Mesmo se ela implicar monotonia. Passo a explicar. Gosto da ideia de alguém ser só meu e eu ser só desse alguém. Que querem que diga?! Partilhar nunca foi o meu forte… talvez porque defenda que, na vida, nem tudo se partilha. Acredito nisto como na declaração universal dos direitos do Homem. Ora, o que é que isto pode trazer de subversivo? Como na declaração universal, tenho de conviver com o facto da dúvida na aplicação correcta e atempada.
Neste jogo do amar e ser amado, sobretudo na actualidade, onde as convenções sociais já não fazem sobre nós a pressão que faziam nos nossos pais, andamos todos a correr atrás dum acumulado de experiências… Sim, porque se não vivermos muitas coisas, nunca saberemos como são… Lógico, parece-me a mim. Contudo, pergunto-me: será que eu quero saber como muita coisa é?
Oh … andamos a enganar-nos. Parece-me, mais uma vez. Quero saber o que a vida tem para mim, sim, isso quero, e isso implica muita coisa… Agora, não sei se quero saber como é a sensação de ter de aceitar uma outra resolução que não seja a minha para esse alguém com quem estou… desculpem-me os mais modernos mas não há paciência para a atitude de indiferença para com as coisas do debaixo dos lençóis não afectam e que tudo se aceita quando a diversão se diz respeito.
Assim, quanto a monogamia…sim. E quanto a monotonia… porque não?! Ainda há alguém que acredite que estar com uma única pessoa vai-nos fazer morrer de tédio?
Se sim, Quando For Grande, espero que sabia escolher melhor…pelo menos as publicações!


Filipa Ribeiro




1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo plenamente, monogamia não implica monotonia, o que não significa que eu não goste de monotonia. Vivemos numa época de insatisfação e isso reflecte-se nos relacionamentos. Cada vez mais as pessoas são transformadas em objectos descartáveis, fruto de uma constante busca da Felicidade prometida. Isto faz com que coloque a questão: será que a felicidade plena realmente existe, ou não passa de uma mera ilusão?
Não estaremos nós á procura de algo que nunca iremos alcançar?
O q é certo é que hoje em dia ninguém está disposto a partilhar a sua vida, permanecendo num constante jogo do toca e foge. Será que estamos a perder a vontade nos envolvermos realmente com alguém?
Esta pode ser uma visão muito pessimista do que se passa na actualidade ao nível do relacionamento Humano, mas as constantes desilusões com que me tenho deparado, levam-me a pensar assim.
Quando for Grande, quero ser feliz!